"Que dívida eu tenho com a escravidão?", questiona Bolsonaro sobre cotas raciais no Roda Viva.

NOTICIA TEXTUALIZADA E AUDIO. FIQUE SABENDO DE TUDO COM JOCELIO LEITE. Um dos mais tradicionais programas de entrevistas do País, o Roda Viva recebeu nesta segunda-feira, 30, o candidato à Presidência da República pelo Partido Social Liberal (PSL), Jair Bolsonaro. Primeiro nas pesquisas eleitorais em cenários sem Lula (PT), o deputado federal pelo Rio de Janeiro esquivou-se de assuntos como economia e ditadura civil-militar e atacou as esquerdas e políticas de cotas. Questionado sobre um “plano B” para política econômica em um suposto governo, Bolsonaro disse que sua única idéia para a pasta é aquela alinhada com o economista Paulo Guedes. O candidato já declarou que, caso eleito, Guedes será seu ministro da Fazenda. “Duvido que haja briga entre eu e o Paulo Guedes”, disse. Reconhecendo que não entende de economia, assim como outros assuntos como Saúde e Educação, Bolsonaro reafirmou que, aquilo que precisar saber, será alinhado com Paulo Guedes. “Ele é meu posto ‘Ipiranga’. E eu tenho vários postos ‘Ipiranga’”. Lembrando dos métodos utilizados durante a Ditadura Civil-Militar (1964-1985), o candidato diz “abominar” tortura, mas pondera. “Agora, naquele momento, você pendia pelos Estados Unidos ou pela União Soviética. Aquilo (acusar o governo de praticar tortura) era uma forma que os torturados faziam para se defender”, declarou o deputado, que disse que “isso são feridas que não devem ser revistas” “Isso faz parte do passado. É uma história, passou. E vamos fazer de tudo que ela não volte a acontecer. Quero saber dos papéis de empréstimos que a (ex-presidente) Dilma fez aos governos da Venezuela, da Bolívia e de Cuba”, afirmou, defendendo-se ainda de que é democrata. Questionado sobre sua posição quanto às políticas de cotas raciais, o candidato disse que as considera “injustas”. “Que dívida eu tenho com a escravidão? Eu nunca escravizei ninguém. Os portugueses nem pisavam na África. Os negros eram entregues pelos próprios negros. Que dívida é essa?”, asseverou Bolsonaro, que complementou: “Não posso acabar (com as cotas), porque dependo do parlamento. Mas vou pelo menos propor a diminuição do percentual”. "Não houve golpe militar em 1964", afirma Bolsonar O candidato do PSL à Presidência da República, deputado Jair Bolsonaro, defendeu a ditadura militar (1964-1985) e disse que, se eleito, não vai abrir os arquivos do regime. O parlamentar afirmou ainda, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que os atos cometidos pelos militares se justificavam pelo "clima da época, de guerra fria", e que teria agido da mesma maneira se estivesse no lugar deles. "Não houve golpe militar em 1964. Quem declarou vago o cargo do presidente na época foi o Parlamento. Era a regra em vigor", disse Bolsonaro. O presidenciável defendeu ainda as atuações dos militares em casos de tortura e também a figura do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015), a quem homenageou em seu voto durante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Abominamos a tortura, mas naquele momento vivíamos na guerra fria", justificou. Brilhante Ustra foi chefe do DOI-Codi, um dos principais centros de tortura durante a ditadura. Bolsonaro ainda reclamou que a imprensa escolhe apenas os casos que afetaram militantes da esquerda para comentar. "Vocês só falam sobre casos da esquerda. Por que não falam sobre o atentado do aeroporto de Guararapes, em que morreu o Edson Regis?", questionou, fazendo referência a um atentado a bomba ocorrido em Recife em 1966. "Um dos militantes da AP, não digo que estava lá, era o José Serra. Vamos botar o Serra nos banco dos réus então." Pressionado pelos jornalistas convidados a falar sobre a abertura dos arquivos da ditadura militar, o presidenciável disse duvidar que eles ainda existam. "Não vou abrir nada. Esquece isso aí, vamos pensar daqui pra frente", desconverso

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