A agonia continua. Uma imagem é recorrente no
canteiro de obras da transposição do Rio São
Francisco, no eixo norte. Com faixas e cartazes,
trabalhadores demitidos em maio reivindicam o
recebimento de parte do salário que, segundo
afirmam,
ainda não foi depositado.
A situação dos colaboradores foi notícia diversas
vezes ao longo dos últimos meses. Eles
comentam que a exposição na mídia não surtiu o
efeito esperado, e esperam que a divulgação dos problemas possa sensibilizar
os responsáveis pelo pagamento.
Cadê o dinheiro
Mais de 1.600 trabalhadores, de diversas cidades do interior do nordeste,
incluindo Penaforte, Jati, Brejo Santo e Salgueiro (PE), foram à Justiça após uma
das empresas perder os direitos de atuar na transposição e fechar escritório no
canteiro.
Com direitos a receber, os trabalhadores se reuniram junto com o sindicato da
categoria, em Pernambuco, e participam de uma audiência na tarde desta
quarta-feira (15), onde representantes da empreiteira afastada terão que dar
explicações sobre a falta de pagamento.
Rogério Leite Rocha, secretário do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias
da Construção de Estradas, explica que esta não é a primeira vez que os
operários enfrentam problemas como este.
Segundo ele, as duas primeiras empresas vencedoras da licitação, também
deixaram trabalhos sem conclusão e saíram sem acertar todo o pagamento.
Também sob juízo e durante o governo Dilma, as contas foram pagas nestes
casos.
"É um jogo de xadrez", diz o sindicalista. Na prática, a troca de
empresa faz com que os tralhadores não tenham a quem recorrer quando os
direitos não são garantidos integralmente. Eles acabam reclamando ao
Ministério da Integração, pasta da União responsável pela transposição.
Mas, uma vez que as horas trabalhadas são reclamadas ao órgão federal, há um
entrave na justiça para que os funcionários, agora sem nenhum vínculo
empregatício, possam provar que ainda há o que receber pelos serviços
prestados.
A audiência na Justiça do Trabalho, em Salgueiro, é o primeiro passo para que
estas pessoas possam ter esperança de serem integralmente recompensados
pelo trabalho.
Ainda falta
Em um dos casos apurados pela reportagem, um funcionário que trabalhava
como Auxiliar Administrativo, alega que foi demitido e ainda tem para receber
valores referentes ao FGTS, vale-refeição, e multa. Em outra situação, um
operário que trabalhou no canteiro em Salgueiro diz ter direito a receber ainda
cerca de R$ 11 mil, além do que já foi pago no ato da demissão.
Fonte M
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