O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL)
confirmou
nesta segunda-feira, 29, em
entrevistas na televisão, que pretende convidar
o juiz federal Sergio Moro, responsável pelos
processos da Operação Lava Jato em Curitiba,
para o Ministério da Justiça ou, quando houver,
uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro indicará ao menos dois novos
ministros do Supremo até 2021, porque os
ministros Celso de Mello e Marco Aurélio Mello
se aposentarão compulsoriamente por atingirem a idade limite de 75 anos.
“Agora acabou o período eleitoral, se tivesse falado isso lá atrás soaria
oportunismo da minha parte. Pretendo, sim, não só para o Supremo, mas quem
sabe até para o Ministério da Justiça. Pretendo conversar com ele, saber se há
interesse dele nesse sentido e se houver interesse da parte dele com toda
certeza sera uma pessoa de extrema importância em um governo como o nosso”,
arfimou
Bolsonaro à RecordTV.
Ao Jornal Nacional, da TV Globo, o presidente eleito foi questionado
novamente sobre o assunto e respondeu que Moro “é um símbolo do Brasil”. “É
um homem que tem que ter seu trabalho reconhecido. Pretendo conversar com
ele, convidá-lo para o Ministério da Justiça ou, no futuro, abrindo uma vaga no
Supremo Tribunal Federal, na qual melhor ele achasse que ele poderia trabalhar
pelo Brasil”. A intenção do pesselista de indicar o juiz foi revelada pela coluna
Radar há duas semanas.
Nesta segunda, por meio de nota, o magistrado parabenizou o pesselista pela
vitória e desejou “que faça um bom governo”. “São importantes, com diálogo e
tolerância, reformas para recuperar a economia e a integridade da
administração pública, assim resgatando a confiança
da população na classe
política”, arfimou
Sergio Moro.
À Record, Jair Bolsonaro arfimou
que “ficou
no passado” a proposta que ele
chegou a externar de aumentar o número de ministros do Supremo. “Eu estava
embarcando em um rumo, no meu entender, equivocado”, disse o pesselista,
que relatou ter conversado com o presidente da Corte, ministro Dias Tofooli.
“Teremos uma convivência extremamente harmônica”, completou.
Bolsonaro voltou a citar os nomes de Paulo Guedes como futuro ministro da
Economia, pasta que pode vir a unir Fazenda e Planejamento, do general
Augusto Heleno como ministro da Defesa e do deputado federal Onyx
Lorenzoni (DEM-RS) como ministro-chefe da Casa Civil. Ele arfimou
que “falta
um pequeno detalhe” para a confirmação
do tenente-coronel reformado da
Aeronáutica Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro, como ministro da
Ciência e Tecnologia.
À Record TV, Jair Bolsonaro disse que “a oposição é sempre bem-vinda”, mas
ponderou que não pode haver “oposição pela oposição”, ou seja, adversários
que não levam em conta o conteúdo de projetos para se posicionarem contra.
“Logicamente nós sabemos o que é oposição pela oposição. Isso apesar de a
gente esperar que não venha a ocorrer, mas sempre nos preocupamos com isso.
A oposição é bem-vinda e a liberdade de expressão é sagrada”, declarou.
Sobre a troca de indicações políticas em cargos no governo por apoio no
Congresso, o presidente eleito arfimou
que a renovação da Câmara e do
Senado vai aliviar a “pressão” dos parlamentares pelo “toma lá, dá cá”. “Temos
conversado com parlamentares, grande parte são pessoas honestas que não
querem continuar agindo dessa maneira”, disse.
Questionado sobre se apoiará algum candidato na eleição à Presidência da
Câmara, o presidente eleito disse que o chefe do Executivo não pode “se
meter” na disputa no Legislativo para não acumular inimigos. Ele arfimou
que
“gostaria” que seu partido, o PSL, não lançasse candidato, mas ocupasse algum
cargo na mesa diretora.
“Eu tenho falado para minha bancada que eu gostaria que nós não lutássemos
pela presidência da Câmara e assim fosse a distribuição dos demais cargos na
mesa diretora. Seria um início, um gesto de humildade da nossa parte,
queremos que todos participem do governo”.
Indagado sobre se apoiará a reeleição de Rodrigo Maia à Presidência da Casa,
Bolsonaro respondeu que não poderia falar e citou os nomes de outros três
deputados aliados que pretendem disputar o posto. “As vagas na mesa devem
ser ocupadas por quem já tem mandato, meu partido se não me engano, dos 52
eleitos, são 46 novos, não deixam de ser pessoas competentes, mas eles têm
que entender que pela governabilidade seria bom nos diversificarmos
entre os
partidos os cargos na mesa diretora”.
Fonte: Veja
0 Comentários