O governo de Cuba informou nesta quarta-feira que está saindo do programa social Mais Médicos no Brasil
devido às declarações "ameaçadoras e depreciativas" do presidente eleito Jair Bolsonaro, que anunciou
mudanças "inaceitáveis" ao projeto governamental.
"Diante desta lamentável realidade, o Ministério da Saúde Pública (Minsap) de Cuba tomou a decisão de não
continuar participando do programa ’Mais Médicos’ e assim o comunicou à diretora da OPS (Organização PanAmericana
da Saúde) e aos líderes políticos brasileiros que fundaram e defenderam esta iniciativa", anunciou a
entidade em comunicado.
Cuba tomou a decisão de solicitar o retorno dos mais de 11 mil médicos cubanos que trabalham atualmente no
Brasil depois que Bolsonaro questionou a preparação dos especialistas, condicionou sua permanência no
programa "à revalidação do diploma" e impôs "como via única a contratação individual".
O programa Mais Médicos atende a todo o Brasil e levou médicos a praticamente todo o território nacional,
principalmente onde os ricos médicos brasiliros se recusam a trabalhar. Mesmo tendo a prioridade no programa,
os médicos brasileiros não querem ir a periferias.
Mais de 63 milhões de pessoas são assistidas e beneficiadas pelo programa. Destas, as que vivem perto de
cidades grandes terão de enfrentar longas filas para ver um médico e as outras terão de viajar centenas de
kilômetros.
Fonte Plantão Brasil
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