A Polícia Federal (PF) deflagrou
na manhã desta
quinta-feira (16), em conjunto com o Ministério
do Trabalho e o Escritório das Nações Unidas
sobre Drogas e Crime, a Operação Eleutheria, de
combate ao tráfico
de pessoas e o trabalho
escravo em zonas urbanas. Trabalhadores
cearenses estão entre as vítimas de uma das
organizações criminosas investigadas.
A PF informou em nota que há três inquéritos em
aberto apurando os crimes. Em um deles, um grupo criminoso é acusado de
aliciar e transportar pessoas provenientes do interior do Ceará para trabalhar em
São Bernardo do Campo (SP). Uma vez na cidade paulista, os trabalhadores
eram mantidos em alojamentos com condições degradantes e trabalhavam
como ambulantes vendendo laticínios na região. Ficavam presos ao
empregador por estarem endividados.
“As outras duas investigações apontam que as empresas investigadas, apesar
de independentes entre si, atuavam no ramo de costura e agiam da mesma
maneira. Há indícios de que aliciavam estrangeiros em albergues municipais,
mediante promessa de trabalho formal e regular. Chegando nos locais de
trabalho, os estrangeiros eram obrigados a assinar contratos nos quais estavam
previstos diversos gastos junto ao empregador, como habitação, aluguel,
vestuário e refeições, com valores desproporcionais aos praticados no mercado,
ensejando um ciclo de endividamento. A saída do local era restrita e as jornadas
de trabalho variavam de 14 até 18 horas”, diz a nota.
Cinco mandados de busca e apreensão devem ser cumpridos, dois na zona leste
da Capital e três em São Bernardo do Campo.
Auditores do Trabalho participam da operação para fazer a fiscalização
das
empresas e das condições de trabalho e para resgatar vítimas e regularizar a
situação trabalhista delas.
Os estrangeiros sem documento e em situação irregular serão encaminhados
para a PF, onde receberão assistência e orientação sobre como regularizar sua
situação migratória.
Os criminosos responderão, na medida de suas participações, pelo crime de
tráfico
de pessoas com a finalidade
de exploração do trabalho escravo, com
penas de 4 a 8 anos de prisão e multa.
Fonte: Agência Brasil
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