
O Monitor das Secas, serviço de monitoramento
da estiagem divulgado pelo governo federal, traz
um alerta para o Ceará. De acordo com o
acompanhamento mensal atualizado nesta
quinta-feira (16), apesar de chuvas acima da
média em algumas áreas do Estado em julho
deste ano, houve uma piora no grau de
severidade. No Sul (Cariri) e Centro a condição se
agravou, com aumento da seca grave e seca
moderada.
O acompanhamento da estiagem indicou que o Ceará tinha, em julho deste
ano, 8,3% do seu território sem seca relativa, isto é, sem impactos negativos a
curto e longo prazos.
O cenário é diferente em relação ao mês de junho, quando o Estado
apresentava 36,75% do seu território sem estiagem. Apesar do avanço da área
com algum nível de seca, não houve alteração quanto à classificação,
isto é,
apenas a expansão das áreas que continuam sendo classificadas
em grave,
moderada e fraca.
O novo mapa aponta que o nível mais severo que atinge o Ceará é o de seca
grave, totalizando 25,08% do território. Quando comparado com junho de 2018,
o mesmo índice era de 7,56%. Já em relação ao mesmo período do ano passado,
observa-se que, em 2017, o cenário era mais crítico, pois o Estado tinha 10,31%
em seca extrema.
Além disso, aponta o Monitor, no Norte do Ceará surgiu uma área de seca fraca.
Por isso há a indicação de seca de curto prazo nessa região. Já no extremo
noroeste do Estado, ainda permanece uma área sem seca.
O relatório mostra que, em apenas um mês, a situação se agravou.
Comparando-se o gráfico
atual com o do mês de junho, observa-se que numa
ampla área na região Norte, são observadas condições sem seca relativa. Agora,
a situação mudou.
O Monitor de Secas é um processo de acompanhamento regular e periódico da
situação da estiagem no Nordeste, cujos resultados consolidados são
divulgados por meio do Mapa do Monitor de Secas. Mensalmente informações
sobre a situação são disponibilizadas até o mês anterior, com indicadores que
reetem
o curto prazo (últimos três, quatro e seis meses) e o longo prazo
(últimos 12, 18 e 24 meses), indicando a evolução da seca na região.
O serviço tem como objetivo integrar o conhecimento técnico e científico
já
existente em diferentes instituições estaduais e federais para alcançar um
entendimento comum sobre as condições de seca, como: sua severidade, a
evolução espacial e no tempo, e seus impactos sobre os diferentes setor desenvolvidos. O Monitor facilita a tradução das informações em ferramentas e
produtos utilizáveis por instituições tomadoras de decisão e indivíduos, de
modo a fortalecer os mecanismos de monitoramento, previsão e alerta precoce.
No Brasil, o Monitor de Secas está sendo desenvolvido em uma base piloto com
foco na região semiárida do país por um amplo grupo de especialistas e
instituições brasileiros (entidades federais e estaduais, universidades e com a
participação da sociedade civil). A iniciativa conta com o apoio financeiro
do
Banco Mundial e de parcearias internacionais com a Comissão Nacional da Água
do México (Conagua), o Centro Nacional de Mitigação de Secas, dos Estados
Unidos, além de instituições governamentais e acadêmicas da Espanha. Na sua
mais nova fase, o Monitor conta com a Agência Nacional de Águas como
instituição central do processo, sendo responsável pela coordenação ao nível
federal e pela articulação com os estados da região, assim como, sua expansão
para outros estados.
Classificação
e impactos
Seca Fraca
Entrando em seca: veranico de curto prazo diminuindo plantio, crescimento de
culturas ou pastagem. Saindo de seca: alguns déficits
hídricos prolongados,
pastagens ou culturas não completamente recuperadas.
Seca Moderada
Alguns danos às culturas, pastagens; córregos, reservatórios ou poços com
níveis baixos, algumas faltas de água em desenvolvimento ou iminentes;
restrições voluntárias de uso de água solicitadas.
Seca Grave
Perdas de cultura ou pastagens prováveis; escassez de água comuns; restrições
de água impostas.
Seca Extrema
Grandes perdas de culturas / pastagem; escassez de água generalizada ou
restrições
Seca Excepcional
Perdas de cultura / pastagem excepcionais e generalizadas; escassez de água
nos reservatórios, córregos e poços de água, criando situações de emergência.
Fonte: Diário do Nordeste
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