Quase metade (48,2% ) das mulheres acima dos
45 anos vai desenvolver demência, Parkinson ou
sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). O
alerta também serve para a população
masculina: 36,2% dos homens na mesma faixa
etária tendem a ser diagnosticados com alguma
das três doenças. A conclusão é de um estudo
publicado na terça-feira no periódico científico
Journal of Neurology, Neurosurgery and
Psychiatry.
Para as mulheres, a demência – espectro que inclui o Alzheimer – é a condição
mais preocupante: acima dos 45 anos, 31,4% delas mostraram risco de
desenvolver o problema em comparação com os homens (18,6%). A
probabilidade de AVC também foi maior para elas: 21,6% contra 19,3%. O risco
de Parkinson foi praticamente o mesmo para ambos os sexos: 4,3% e 4,9%,
respectivamente.
“Este estudo ressalta o enorme impacto que doenças neurológicas têm na
sociedade e como as mulheres são desproporcionalmente afetadas,
particularmente quando se trata de demência”, disse Carol Routledge, diretora
de pesquisa da Alzheimer’s Research UK, no Reino Unido, ao jornal britânico The
Guardian.
A pesquisa
O estudo, realizado pela Universidade Erasmus, na Holanda, analisou 12.102
pessoas – homens e mulheres – entre 1990 e 2016, realizando exames médicos
completos a cada quatro anos. No começo do acompanhamento, todos os
participantes tinham menos de 45 anos.
Durante esse período, 1.489 receberam diagnóstico de demência, 263 de
parkinsonismo (termo genérico para uma série de sintomas visto em indivíduos
com Parkinson) e 1.285 tiveram um AVC. Além disso, alguns voluntários
apresentaram mais de uma doença.
Os pesquisadores ainda ressaltaram que um número considerável de
participantes diagnosticados com uma das três enfermidades apresentou
pressão alta, fibrilação
atrial (ritmo cardíaco irregular), colesterol alto e diabetes
tipo 2, no início da pesquisa.
“Do ponto de vista da sociedade, é importante ter esses números em termos de
planejamento para os profissionais
de saúde. Temos tratamentos sintomáticos,
mas precisamos concentrar mais esforços de pesquisa para encontrar
tratamentos duradouros para essas doenças”, alertou Kamran Ikram, professor
do Erasmus Medical Center, na Holanda, à CNN Prevenção
Felizmente, segundo os pesquisadores, é possível diminuir as probabilidades
das doenças com medidas preventivas. Se o início da demência, parkinsonismo
e derrame (AVC) for adiada em até três anos, o risco remanescente pode ser
reduzido em 20%, entre pessoas de 45 anos, e em 50% naqueles com mais de
85 anos.
De acordo com Carol, existe a necessidade de aumentar os esforços para
elaborar um medicamento capaz de retardar o início dos sintomas da demência.
“Estas são as três doenças neurológicas mais comuns na população idosa e
também algumas das mais temidas. Na meia-idade, há um grande foco nas
doenças cardíacas e câncer, mas as doenças neurológicas recebem menos
atenção e são menos pesquisadas”, comentou Silvan Licher, um dos autores do
estudo, ao The Guardian.
Outras medidas simples também podem diminuir o risco, como manter uma
dieta balanceada, controlar peso, pressão arterial e colesterol, praticar atividade
física, não fumar e beber apenas dentro dos limites recomendados. “Como os
pesquisadores descobriram que as pessoas com demência tinham maior risco
de pressão alta ou diabetes tipo 2, podemos concluir que as escolhas de estilo
de vida saudável podem ter um impacto real na redução dos riscos”, concluiu
James Pickett, pesquisador- chefe Alzheimer’s Society, no Reino Unido, à CNN.
Fonte: Veja
0 Comentários