PF prende três suspeitos de integrar esquema milionário de tráfico de fósseis do Cariri para Europa

Três homens foram presos na manhã desta quinta (22) em Santana do Cariri e Nova Olinda, suspeitos de integrar um esquema milionário de tráfico de fósseis, na Chapada do Araripe. Além deles, empresários donos de mineradoras na região foram alvos de investigação na operação “Santana Raptor”, da Polícia Federal

Cerca de 100 agentes participaram da operação Um professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) é suspeito de comandar todo o esquema.

A PF diz que ele mantinha contato periódico com empresários das pedreiras. Também com os chamados “peixeiros” nas duas cidades.

Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, dois deles no gabinete do professor e na sua residência no Rio de Janeiro. O celular, documentos e computador também confiscados. Ainda segundo os policiais, o homem pagava uma espécie de salário aos atravessadores nas mineradoras cearenses, além disso havia a remuneração por cada peça enviada. A PF investiga esse esquema em específico desde 2017

Os fósseis saem da Bacia do Araripe custando pequenos valores, sendo comercializados por cerca de R$ 20,00. Dependendo da peça, no entanto, esse preço, ainda no Ceará, pode chegar até R$ 10 mil.

Segundo o Procurador da República Rafael Rayol, um esforço de autoridades brasileiras tenta repatriar da França cerca de mil fósseis, frutos de contrabandos nos últimos cinco anos. Um deles é de um Pterossauro achado na Bacia do Araripe, e que era oferecido na internet por 150 mil dólares

Uma outra operação feita por autoridades francesas apreendeu, em 2016, um grupo de 45 fósseis, todos brasileiros achados no Ceará, esses avaliados em R$ 4 milhões. “Há pelo menos uma dezena de procedimentos de repatriação desses materiais em aberto no exterior, todos eles contrabandeados do mesmo local”, completa. O Brasil, segundo o Procurador, busca repatriar fósseis de países como Itália, Japão, Alemanha e Estados Unidos. Miséria