Fala de Lira preocupa Planalto, e 'sinal amarelo' é sentimento da Câmara, dizem deputados


Integrantes do Palácio do Planalto ficaram preocupados com o discurso feito nesta quarta-feira (24) feito pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Entre outros pontos, Lira afirmou que os "remédios políticos" no Congresso contra a "espiral de erros" no combate à pandemia são "conhecidos" e "amargos" e alguns, "fatais".

Lira disse ainda que estava "apertando o sinal amarelo" e citou "erros primários, desnecessários e inúteis" de governos, sem especificar o alvo da crítica.

Na avaliação de um interlocutor do presidente Jair Bolsonaro, Lira acenou com um cenário de processo de impeachment, mesmo que não tenha citado isso explicitamente.

Na Câmara, o consenso é que a fala de Lira reflete um sentimento dos parlamentares de esgotamento com as ações erráticas do governo federal no enfrentamento da pandemia. Nesta quarta, o país atingiu a marca de 300 mil mortes para a Covid.

"Essa posição reflete a falta de perspectivas por parte do governo na condução da pandemia. E a pressão de muitos parlamentares, também. O número de mortes está sufocando politicamente a Câmara", disse o deputado Fábio Trad (PSD-MS).

"Tudo indica que os números vão agravar muito nos próximos dias. Havia uma pressão grande dos deputados para não entrar nessa rota de suicídio", reforçou um integrante da Mesa Diretora da Câmara.

O Palácio do Planalto viu no gesto uma contrariedade pelo fato de Bolsonaro não ter confirmado o nome da cardiologista Ludhmila Hajjar, que teve o apoio explícito de Lira.

"Essa não é uma questão de cargo. É algo muito maior. As pessoas estão morrendo. É um alerta de amigo. Um freio de arrumação", disse ao Blog um aliado de Lira. Fonte G1



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