Bolsonaro manda aos berros jornalista "calar a boca" ao ser questionado sobre uso de máscara

 
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mandou, aos gritos, uma repórter calar a boca na manhã desta segunda-feira (21). A jornalista, contratada na TV Vanguarda, afiliada da TV Globo, questionou sobre o fato de o chefe do Executivo não ter utilizado máscara de proteção durante passagem por Guaratinguetá, em São Paulo.

Bolsonaro participou da cerimônia de formatura da Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR). Durante a realização do evento, o presidente cumprimentou e abraçou apoiadores, mesmo sem utilizar o item de proteção contra a Covid-19.
Olha, eu chego como eu quiser, onde eu quiser, eu cuido da minha vida. Se você não quiser usar máscara, não use. Agora, tudo o que eu falei sobre Covid, infelizmente, para vocês, deu certo", disse ao ser questionado pela repórter.

BOLSONARO MANDA JORNALISTA "CALAR A BOCA"

A repórter chegou a ser interrompida pelo presidente: "Cala a boca. Vocês são canalhas. Fazem um jornalismo canalha, vocês fazem. Canalha, que não ajuda em nada. Vocês não ajudam em nada. Vocês destroem a família brasileira. Destroem a religião brasileira. Vocês não prestam", continuou.

Jair Bolsonaro, inclusive, foi questionado sobre a multa recebida por ele pelo Governo de São Paulo, no valor de R$ 552,71. No último dia 12 de junho, o presidente realizou passeio com motociclistas na capital paulista e, mais uma vez, não utilizou máscara.

TRATAMENTO "PRECOCE"

Ainda durante as entrevistas, o chefe do Executivo voltou a defender o chamado "tratamento precoce", que consiste na utilização de medicamentos sem eficácia comprovada no combate ao coronavírus.

Bolsonaro chegou a pedir que a imprensa parasse de tocar nesse assunto e, ao aparecer de máscara para a conversa, ainda tirou a proteção.

"Você quer botar… Me bota agora… Vai botar agora… Estou sem máscara em Guaratinguetá. Está feliz agora? Você está feliz agora? Essa Globo é uma m*rda de imprensa. Vocês são uma porcaria de imprensa", completou, exaltado.

Em nota, a TV Globo e a TV Vanguarda informaram que "repudiam o tratamento dado pelo presidente à repórter Laurene Santos, que cumpria apenas o seu dever profissional". E destacaram: "Não será com gritos nem intolerância que o presidente impedirá ou inibirá o trabalho da imprensa no Brasil. Esta, ao contrário dele, seguirá cumprindo o seu papel com serenidade. À Laurene Santos, a irrestrita solidariedade da Globo e da TV Vanguarda."
Fonte: Diário do Nordeste



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