Indígenas acampam em Brasília na semana de julgamento sobre demarcação de terras


Desde o último domingo (22), indígenas de todo o País chegam a acampamento montado em Brasília para participar do movimento "Luta pela Vida". Mais de 5,5 mil indígenas já estão no acampamento e outras delegações ainda estão a caminho.

A programação, que vai até sábado (28), conta com várias ações diariamente, como plenárias e discussões sobre território, produção sustentável e direitos.

O evento é realizado na semana em que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve retomar o julgamento do marco temporal para demarcação de terras indígenas. A sessão está marcada para esta quarta-feira (25).

A tese é que a demarcação deve ser feita somente se o povo que reivindica a terra a ocupava no dia 5 de outubro de 1988, quando a Constituição Federal foi promulgada.

AÇÃO DE SANTA CATARINA

A ação trata de um pedido de reintegração de posse do governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng. A decisão é de repercussão geral e vai afetar todas as deliberações da Justiça e ações administrativas e legislativas no País.

O assessor político da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Marcos Sabaru, critica a abrangência do julgamento. Para ele, é inconstitucional condicionar situações tão distintas entre os povos indígenas em todo o Brasil a uma situação específica que ocorre em um estado.

VIOLÊNCIAS

O movimento indígena vem denunciando rotineiramente o agravo das violências contra os povos originários dentro e fora dos territórios tradicionais.

No dia 9 de agosto, data que marca o Dia Internacional dos Povos Indígenas, a Apib entrou com um comunicado no Tribunal Penal Internacional (TPI) denunciando o governo Bolsonaro por genocídio e ecocídio.

A organização solicitou que a procuradoria do Tribunal de Haia examine os crimes praticados contra os povos indígenas pelo presidente desde o início do seu mandato, em janeiro de 2019, com atenção ao período da pandemia de Covid-19. Fonte: DN




Postar um comentário

0 Comentários