Governo tenta silenciar Marcos Pontes sobre cortes na Ciência e pede para ministro "jogar junto"

 
As críticas do ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marcos Pontes, ao corte de R$ 600 milhões no orçamento da pasta repercutiram mal no primeiro escalão do governo. Segundo informação da Folha de S.Paulo, o titular foi cobrado por seus pares e pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na última reunião ministerial, a "jogar junto".

A reunião, ocorrida na última sexta-feira, 15, foi realizada no mesmo dia em foi publicada a sanção ao projeto que retira os recursos do ministério e destina o montante para outras áreas. A proposta, aprovada pelo Congresso no último dia 7, atendeu a um pedido da equipe econômica de Bolsonaro.

Pontes não foi informado da mudança e tem sido cobrado pela comunidade científica. Ele próprio criticou os cortes, que classificou como equivocados e ilógicos. Ele chegou a afirmar que cogitou deixar o governo após a medida.

“Os cortes de recursos sobre o pequeno orçamento de Ciência do Brasil são equivocados e ilógicos. Ainda mais quando são feitos sem ouvir a comunidade científica e o setor produtivo. Isso precisa ser corrigido urgentemente”, declarou.

Depois da reunião, no sábado, 16, o ministro divulgou um vídeo em suas redes sociais com novidades sobre a situação dos cortes, que disse ser “realmente preocupante”. Na legenda da publicação, Pontes, no entanto, destacou o orçamento aprovado para a aquisição de radiofármacos para exames e tratamentos de câncer, assumindo um tom conciliatório.

O titular afirmou ter conversado com o presidente e disse que ele se mostrou “bastante comprometido em fazer com que esses recursos cheguem no ministério o mais rápido o possível”. Segundo a Folha, reservadamente, interlocutores do presidente se queixam do fato de o ministro tornar público o desentendimento.

Um dos motivos para o corte no orçamento, segundo quem participou das conversas, teria sido o baixo empenho dos recursos do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), de gestão do ministério.

Fonte: O Povo






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