A Polícia Civil informou ter concluído as investigações e remetido o inquérito para a Justiça. O advogado de Cícero Agra afirma que as denúncias são falsas.
Ao Diário do Nordeste, o advogado Aécio Mota, que representa a defesa de duas denunciantes, afirmou que os crimes aconteceram em janeiro e maio deste ano. Nas ocasiões, o acupunturista teria passado a língua no seio de uma delas e dado um tapa na nádega de outra.
Em janeiro, uma estudante de 22 anos foi à clínica particular do profissional de saúde – único conveniado pela Unimed na Região do Cariri –, em Juazeiro do Norte, fazer uma sessão de acupuntura. Ela era paciente dele desde criança.
De acordo com o advogado da jovem, que tem eplepsia e paralesia cerebral, o médico passou a língua no seio dela, que o empurrou. Depois, ele saiu do consultório e voltou "como se nada tivesse acontecido e continuou o procedimento".
Na saída da clínica particular, a estudante contou a situação para a funcionária do local. A mulher, segundo o advogado Aécio Mota, falou que outras pacientes também relataram ter passado por situações semelhantes em sessões realizadas pelo médico.
DENÚNCIAS
Em setembro, acrescenta o advogado, a jovem registrou um Boletim de Ocorrência (B.O) sobre o caso e fez uma denúncia no Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec). "Ela teve vergonha, constrangimento [de denúnciar]".
A funcionária, complementa o advogado, foi chamada para prestar depoimento e apresentou conversas no aplicativo de mensagens WhatsApp com outras pacientes relatando o mesmo caso.
"Quatro ou cinco vitimas disponibilizaram as provas. Por causa disso, a funcionária foi demitida, e a Polícia Civil passou a ouvir vítima por vítima", relata Mota.
OUTRO CASO
Uma professora de 40 anos também contou ter sido vítima do mesmo caso, em maio deste ano, na clínica particular onde o médico atendia, no Crato. O B.O foi registrado em junho.
Segundo o representante jurídico das vítimas, o procedimento realizado foi igual ao da jovem de 22 anos: o médico teria perguntado se a mulher tinha namorado e como estava a vida sexual dela. "Isso já constrange a vítima, conforme elas. São perguntas da vida pessoal", afirma.
"Ele começou a massageá-la forma diferente, baixava a calça dela muito mais que o necessário, fazia mais próximo do seio do que nas outras vezes. Ela notou algo diferente e ficou constrangida. Ao fim do procedimento, ele deu um tapa nas nádegas dela. Ela relatou à funcionária, ficou em choque".
VANTAGEM SEXUAL
Conforme o advogado, a Polícia Civil considerou que o caso da estudante foi "mais audacioso", pois o médico a atendia desde quando ela era criança. "Ele foi indiciado. A delegada entendeu que ele praticou violação sexual mediante fraude. Ele se utiliza da proximidade para tirar vantagem sexual".
"Estamos acompanhando o caso, que está no Ministério Público. Acreditamos que o órgão vai denunciar, devido ao número de provas e testemunhas. O prazo do MP já decorreu e foi renovado. O juiz mandou a instituição se manifestar. Estamos aguardando a resposta do MP".
fonte: Diário do Nordeste
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