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No vídeo, os poetas lêem as poesias e opinam:
“É um poema, mas não é poesia, não tem essência, não tem sentimento” comenta Diazz, jovem poeta assareense de 19 anos.
“Meu deus!” Exclamou a Mestra Josenir Lacerda, do Crato, “ela só consegue captar, e não sentir exatamente como o ser humano”.
O assareense Daniel Gonçalves, neto de Patativa do Assaré, comenta que ao publicar um cordel, vai a praça interagir com várias pessoas, declamar com os amigos e rir, construir memórias, “uma máquina ela não vai conseguir… Pra quê que uma máquina cria um poema? Qual o intuito de uma máquina criar um poema? E… não vai”, conclui.
Sávio Emanuel explica que a ideia surgiu a partir do espaço que a inteligência artificial vem ganhando na sociedade, substituindo o ser humano em muitas tarefas.
“Eu, particularmente, acredito que a arte é um aspecto próprio da experiência humana e inerente à ela. Sendo assim, algo produzido por uma IA não poderia ser chamado de arte. Mas, acima de tudo, acredito que este seja um assunto que mereça o debate”, conta.
“Produzimos o documentário “Simente” para falar sobre poesia popular na atualidade, sobre Patativa do Assaré e sua influência. Mas eu ainda não tinha visto essa realidade [Inteligência Artificial] chegar até os nossos artistas populares, escritores de Cordel, então quis colocar esse questionamento para eles, e contribuir também com uma reflexão a todos que tenham interesse no assunto”, completa Rodrigo.
Os versos foram publicados no livro digital de retratos fotográficos intitulado “Gerações”, obra do, também fotógrafo, Carlos Rodrigo. O livro Gerações, por sua vez, é um produto derivado do documentário audiovisual “Simente”, onde, além dos poetas do ebook, estão os personagens Bráulio Bessa e o professor Dr. Edson Martins.
Fonte Miséria
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