Com o fim se aproximando do debate sobre a anistia (ou dosimetria das penas) aos presos dos atos de 8 de Janeiro, o Partido Liberal (PL) prepara uma nova ofensiva política contra o governo Lula, agora concentrada na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que apura irregularidades no sistema previdenciário e possíveis desvios em sindicatos ligados ao setor.
Segundo informações da coluna Igor Gadelha, caso o tema da anistia seja votado ainda nesta semana, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), pretende redirecionar sua articulação para fortalecer a atuação da oposição dentro da CPMI.
O foco da oposição: convocar o irmão de Lula
A principal meta da bancada bolsonarista é conquistar maioria na CPMI para aprovar a convocação de Frei Chico, irmão do presidente Lula e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi) — uma das entidades investigadas pela Polícia Federal no escândalo do INSS.
Tanto o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), quanto o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), já manifestaram apoio à convocação de Frei Chico. No entanto, parlamentares governistas afirmam que ainda não há votos suficientes para aprovar a medida.
Estratégia do PL: pressão sobre o Centrão
Uma das estratégias do PL será intensificar o diálogo com partidos do Centrão, buscando convencer líderes a substituírem membros da comissão por parlamentares favoráveis à convocação do irmão de Lula.
Na última quinta-feira (9), o Sindnapi, sindicato do qual Frei Chico é vice-presidente, foi alvo de uma nova fase da Operação “Sem Desconto”, deflagrada pela Polícia Federal. A operação investiga fraudes e desvios de recursos de aposentados e pensionistas.
Com a mudança de foco após o fim do debate da anistia, o PL tenta ampliar o desgaste político do governo Lula dentro do Congresso e reforçar o discurso de combate à corrupção, em um momento de tensão entre governo e oposição.
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