O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse nesta
segunda-feira, 29, pela primeira vez que pode
apoiar a aprovação da reforma da Previdência
ainda no atual governo. O presidente Michel
Temer afirmou
no dia anterior que é possível finalizar
a proposta enviada ao Congresso ainda
neste ano se o seu sucessor quiser.
“Na semana que vem, estaremos em Brasília para
um encontro com Temer. Se der para aprovar
alguma coisa da reforma da Previdência, o todo ou parte, evitaria um problema
para o futuro governo”, disse Bolsonaro em entrevista para a TV Record.
Segundo ele, o novo governo vai atuar junto ao Congresso para evitar a
votação das chamadas pautas-bombas, que podem trazer gastos extras à
administração federal. “Pois temos um déficit
monstruoso e ele não pode
aumentar.”
Temer afirmou
ainda que a ‘estrada estará inteiramente asfaltada para o
próximo governo”, referindo-se à reforma da Previdência. A proposta parece
contar com o apoio de Paulo Guedes, futuro ministro da Fazenda. Em encontro
com investidores, o futuro comandante da economia disse a que Bolsonaro
poderia ajudar Temer a aprovar a reforma.
Bolsonaro afirmou
ainda que não dá para revogar o teto de gastos aprovado na
gestão de Temer. “Não adianta revogar o teto, não tem como investir mais.”
Ele acenou para o empresariado. “É preciso destravar a economia,
desburocratizar, regulamentar para que os investidores, empresários e
comerciantes tenham meios de empregar sem tanta burocracia. Somente dessa
forma dá para movimentar a economia.”
Mercosul
Bolsonaro ironizou a forma como Paulo Guedes respondeu à pergunta de uma
jornalista argentina sobre o Mercosul: “Ele se soltou”. Guedes chamou de
‘malfeita’ a pergunta sobre a possibilidade de rompimento com o Mercosul.
“Mercosul não é prioridade. É isso que você queria ouvir?”, perguntou Guedes
para a repórter do jornal argentino Clarín.
O presidente eleito endossou a visão do futuro ministro da Fazenda e
minimizou o peso do Mercosul nas relações comerciais com o Brasil. “Acho que
o Mercosul é supervalorizado, no meu ponto de vista. Ninguém quer implodir [o
bloco], mas dar a devida estatura que ele tem.”
Fonte: Veja
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