A defesa de Adélio Bispo de Oliveira protocolou no início da tarde desta
segunda-feira (1º) na 3ª Vara Federal de Juiz de Fora (MG) o resultado do exame particular para solicitar um novo pedido de
avaliação de sanidade mental.
O parecer psiquiátrico pedido pelos advogados
apontou que o agressor do candidato à
presidência, Jair Bolsonaro (PSL), sofre de
transtorno delirante grave. Adélio Bispo está
preso por esfaquear Bolsonaro durante ato de
campanha na cidade no dia 6 de setembro.
De acordo com o advogado Marco Alfredo Mejia, a solicitação é de que o
pedido negado anteriormente seja reavaliado, tendo em vista que no
documento protocolado há um laudo médico.
"Nós entregamos o resultado do laudo que foi feito para requerer novamente
junto à Justiça o exame da sanidade do réu. Vamos fazer uma retomada, agora
fundamentados com um parecer técnico e demais documentos, que vai ter uma
estrutura com mais embasamento do que o que estava antes", explicou.
Em nota enviada pela assessoria ao G1, a 3ª Vara Federal de Juiz de Fora
informou que o processo de insanidade mental passou a tramitar em segredo
de justiça. Portanto, que não poderia fornecer informação sobre o assunto e
que caberia à defesa decidir se daria informações para a imprensa.
Segundo advogado criminalista autor da petição, o processo segue em sigilo e
a defesa não vai passar resultado à imprensa. Os advogado esperam análise
ainda esta semana e querem que seja feito um laudo nomeado pela Justiça
Federal.
Ao todo, 17 advogados atuam na defesa de Adélio. Eles são de Minas Gerais,
Pará, Distrito Federal e Rio Grande do Sul.
Perícia médica
A perícia médica foi realizada em 21 de setembro no Presídio Federal, em
Campo Grande, para onde Adélio Bispo de Oliveira foi transferido em 8 de
setembro.
"A avaliação psiquiatra forense é um ato médico e, em sendo um ato médico, é
privativo do médico e do periciando, já que não é uma atividade clínica, de
consulta. Nós, através de uma entrevista médica psiquiátrica direcionada,
avaliamos todo o histórico de vida do indivíduo e também fazermos um exame
psicopatológico, ou seja, a verificação
se ele apresenta ou não algum
adoecimento mental", armou
o psiquiatra forense, Heldy Logo, responsável
pelo laudo em entrevista antes do procedimento.
repercute e o quanto o fato leva a uma alteração ou não do juízo da realidade,
ainda de acordo com o profissional.
Insanidade mental
Após negar o primeiro pedido apresentado pela defesa, o juiz federal Bruno
Souza Savino, da 3ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Juiz de Fora, aceitou
a segunda solicitação para realização de novo exame no preso com médico
psiquiatra particular. Conforme a decisão, “neste momento procedimental, o
atendimento do investigado por médico psiquiatra visa a produzir laudo
técnico para subsidiar a decisão deste juízo acerca da instauração ou não de
incidente de insanidade”.
Investigação
Na última sexta-feira (28), a Polícia Federal concluiu a investigação do ataque e
indiciou Adélio Bispo de Oliveira por prática de atentado pessoal por
inconformismo político, crime previsto na Lei de Segurança Nacional.
O inquérito arma
que ele agiu sozinho no momento do ataque e que a
motivação “foi indubitavelmente política”. “No que tange à participação ou
coautoria no local do evento, a partir de evidência colhidas, descarta-se o
envolvimento de terceiros”, diz o inquérito.
Imagens exclusivas da TV Integração mostraram Adélio Bispo tentando atacar o
candidato poucos metros antes de onde conseguiu cometer o crime, na Rua
Halfeld, no Centro de Juiz de Fora.
Foram verificados
mais de 250 gigabytes de informações em mídias, incluindo
dados de celulares e do notebook do suspeito, assim como cerca de 600
documentos.
A PF ainda teve acesso a mais de 6 mil mensagens instantâneas e 1.060 e-mails,
que seguirão sendo analisados no segundo inquérito, que foi aberto para dar
continuidade às apurações. Ainda há necessidade de novas quebras de pelo
menos outros seis e-mails e três telefones usados pelo investigado.
Segundo a polícia, a pena para o crime pelo qual Adélio Bispo de Oliveira foi
indiciado é de três a dez anos de prisão e, em caso de lesão corporal grave,
pode ser aumentada até o dobro.
Agressão
No momento em que foi esfaqueado, Bolsonaro fazia corpo a corpo com
eleitores na Rua Halfeld em Juiz de Fora. O homem apontado no crime contra o
candidato tem 40 anos, foi preso em seguida e levado para a delegacia da
Polícia Federal (PF), onde confessou o crime.
No dia seguinte, o presidenciável foi levado para o Hospital Albert Einstein, na
Zona Sul de São Paulo (SP). Antes, passou por cirurgia na Santa Casa de Juiz de
Fora. Após três semanas de internação, Bolsonaro recebeu alta no último
sábado (29) e retornou para o Rio de Janeiro.
O agressor de Bolsonaro foi indiciado no dia 7 de setembro pela Polícia Federal
pelo crime de "atentado pessoal por inconformismo político" com base no
artigo 20 da Lei de Segurança Nacional. Depois a PF voltou a ouvir o agressor,
preso em penitenciária de Campo Grande.
Fonte: G1
0 Comentários