Internet e crianças: uma relação que requer cuidados


“O uso exagerado da internet e sem restrição de conteúdos para uso das crianças, é um problema que deve ser enfrentado com seriedade e responsabilidade pelos pais. A exposição desregrada à internet pode acarretar problemas de diversas ordens, no equilíbrio emocional e no processo de desenvolvimento da criança”, afirma a psicoterapeuta Camila Alves. A fala da psicóloga adianta que o assunto é delicado em virtude do cenário em que se observa que as tecnologias perpassam quase todos os âmbitos de existência humana: social, profissional e até espiritual.

A discussão em relação ao frequente acesso das crianças aos computadores e Smartphone é um problema atual. Até pouco tempo eram os brinquedos que ocupavam e distraiam os pequenos, mas hoje esse tipo de divertimento concorre com jogos eletrônicos, redes sociais e vídeos do YouTube.
“O brincar infantil tem funções que vão além de divertir as crianças. Durante uma brincadeira, desenvolvem-se habilidades sociais, capacidades motoras, noção espacial, controle das emoções, dentre outros. O tempo excessivo diante de telas pode gerar sérias dificuldades para a criança se relacionar com outras pessoas e para resolver os problemas que a vida real lhe apresentará diariamente”.
Exposição das crianças a conteúdos impróprios.
Essa discussão poderia não ser tão urgente se ela não estivesse associada ao acesso de conteúdos adultos, por parte das crianças. Recente estudo realizado pela empresa especialista em segurança online, Kaspersky Lab, aponta que o Brasil está entre os 10 países com mais constatações de uso de conteúdo impróprio, na internet, por parte de crianças.
Ao Brasil, que ocupa o 8° lugar nessa lista, são atribuídos outros números elevados. A pesquisa aponta que 68% desses usuários já viram algum tipo de conteúdo impróprio, que são em sua maioria, jogos ou sites que propagam a violência, armamento e ameaça ou conteúdo adulto.
Os dados apontam ainda que 59,5% das crianças já viram sites pornográficos e que 26,5% foram direcionados a sites com jogos de azar ou linguagem degradante. Frente a esse fato, a especialista afirma que “estas ameaças contra a saúde mental das crianças têm, também, por responsáveis os pais e cuidadores. É comum a muitos de nós oferecermos tablets e celulares às crianças para acalmá-las e então podermos descansar ou realizar outra atividade. Nesse cenário, a internet é uma válvula de escape. Ela nos dá a falsa garantia de que as crianças estão se divertindo de forma segura e que assim ficam mais calmas. As crianças correm riscos diante do conteúdo exposto quanto há forte relação entre uso excessivo de telas e elevação do nível de ansiedade. Portanto não devemos crer que as crianças estão mais calmas porque estão paradas diante de jogos e filmes. Há uma agitação interna difícil de ser percebida por muitos adultos até que gere consequências na vida da criança”.
Fonte: Cnews

Postar um comentário

0 Comentários