Por que o Cariri é um dos grandes polos culturais do Ceará

Alemberg Quindins
Pintor, escritor, músico, socioeducador, arqueólogo e criador da Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri
Alemberg Quindins idealizou a Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, ONG de formação social e cultural com atuação na cidade de Nova OlindaFOTO: JOÃO PAULO MARÔPO/FUNDAÇÃO CASA GRANDE
O Cariri não é um dos grandes polos culturais do Ceará. É “o” grande. Vou explicar porquê: primeiramente, porque não se trata da região Cariri, e, sim, o território da Chapada do Araripe. É uma confluência de quatro Estados: Ceará, Pernambuco, Piauí e Paraíba. Um resumo do Nordeste. A Chapada do Araripe tem uma influência nesse território desde o período cretáceo. Em torno dela, de um lado você tem Luiz Gonzaga, a Pedra do Reino, de Ariano Suassuna e a Missa do Vaqueiro, por exemplo; de outro, do lado de cá, temos Padre Cícero, Patativa do Assaré, Espedito Seleiro, toda uma cultura. A Chapada é um platô central. Aqui, era o único lugar onde Lampião se ajoelhava e deixava as armas na porta. Território sagrado. Portanto, o Cariri é um oásis em pleno sertão. É o solo cultural do Ceará por conta de toda essa força que vem da geologia, da paleontologia, da cultura. É onde você entende a importância do contexto da Chapada do Araripe para o mundo. Nosso manancial é esse: a cultura. A maioria dos mestres da cultura popular estão aqui. E, da forma como acontece em solo caririense, essa reunião de tanta coisa, não vamos encontrar em nenhum outro lugar do Estado.
DN




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