Ex-secretário da Casa Civil é preso em Fortaleza; PF bloqueia R$ 106 milhões.


A Polícia Federal prendeu temporariamente na manhã de hoje, 3, um ex-secretário estadual da Casa Civil, além de outras três pessoas na Operação Onzenário.

Também foi determinado o bloqueio e sequestro de R$ 106 milhões, entre eles obras de arte, veículos de luxo e valores distribuídos em contas bancárias.

A PF apura fatos ocorridos entre os anos de 2008 e 2014. Segundo o órgão são consistentes em indícios de conluio entre agentes públicos estaduais, ex-gestores de instituições financeiras e empresários que atuaram no direcionamento considerado ilícito de operações de crédito consignados em folha dos servidores do Governo do Ceará.

No período, estava à frente da Casa Civil Arialdo Pinho. O ex-genro de Arialdo é é Luis Antônio Ribeiro Valadares de Sousa.

A investigação policial identificou fluxo intenso de capitais “obtidos de forma criminosa” em prejuízo dos servidores públicos estaduais, através de investimentos, aquisições imobiliárias e simulação de aquisição de cotas de sociedade empresarial, em engenhoso esquema de corrupção e lavagem de capitais.

Trafico de influência e enriquecimento ilícito
De acordo com reportagem do Diário do Nordeste de setembro de 2011, o deputado estadual Heitor Férrer chegou a denunciar um possível esquema de tráfico de influência e enriquecimento ilícito que estaria beneficiando o ex-genro do secretário Chefe da Casa Civil, Arialdo Pinho, através de empréstimos consignados para servidores públicos estaduais.

O ex-genro comandaria a Promus, empresa terceirizada pela ABC para viabilizar o sistema de empréstimo consignado. A ABC foi a empresa que ganhou a licitação para explorar a conversão de empréstimos para os servidores.

Na época, o deputado sugeriu ao governador Cid Gomes o afastamento do secretário. “O Governo criou um sistema milionário para favorecer seus aliados. Montou-se uma engenharia onde colaboradores do núcleo do Governo praticam tráfico de influencia”, disse à época.

O caso chegou a ser investigado pelo Ministério Público estadual, mas não foi adiante devido a decisões judiciais que não deram sequência à pedidos de quebra de sigilo.

Na sequência dos acontecimentos, o então governador Cid Gomes acabou quebrando o contrato que mantinha com a ABC. Na prática, a possibilidade dos empréstimos consignados se manteve, mas sem empresas fazendo intermediação entre os bancos e os servidores interessados. 

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