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Foto: AFP |
O Ceará registrou, entre março de 2020 e o último dia 4, 16 suspeitas de reações adversas após uso de cloroquina e hidroxicloroquina. É o quarto maior número do Brasil, segundo o Painel de Notificações de Farmacovigilância da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em quantidade de registros, o Estado fica atrás apenas de Amazonas (636), São Paulo (73) e Rio de Janeiro (18). Das 16 notificações cearenses, 13 constam no painel como “recuperadas/resolvidas”. O desfecho das três restantes não é informado.
Os casos são enviados à agência por farmacêuticos ou outros profissionais de saúde, e correspondem a “suspeitas de eventos adversos”, já que, como a Anvisa destaca, “não estão disponíveis os resultados das análises para atribuir ou não a causalidade aos medicamentos”.
EFEITOS DO USO
Entre os eventos adversos supostamente ligados ao uso da cloroquina e da hidroxicloroquina e notificados no Painel da Anvisa estão distúrbios gastrointestinais, cutâneos, oculares, respiratórios, musculares e no sistema nervoso.
FALSA SENSAÇÃO DE SEGURANÇA
Além de não ser efetivo para o tratamento da Covid-19, os medicamentos podem causar uma falsa sensação de segurança, adverte a pesquisadora da UFC.
“As pessoas acham que estão seguras e tendem a relaxar nos cuidados. Já presenciei pessoas que deixaram de usar máscara sob o pretexto de estarem fazendo uso do ‘kit covid’. É uma ameaça a ela própria e às pessoas do seu convívio, pois ficam sujeitas a serem infectadas”, conclui Lígia Kerr.
Em abril de 2020, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) chegou a incluir o uso de cloroquina e hidroxicloroquina, associadas à azitromicina, como protocolo de tratamento de pacientes graves com Covid-19. Em maio, a pasta editou uma nova nota técnica, retirando recomendação de uso de medicamentos antimaláricos, como a Cloroquina e a Hidroxicloroquina no tratamento rotineiro de pacientes com suspeita ou confirmação da Covid hospitalizados no âmbito do Estado.
Fonte: Diário do Nordeste
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