Ciro e os ataques a Lula: desespero ou desonestidade?
O eterno candidato Ciro Gomes voltou a ligar sua metralhadora de asneiras para fazer a única coisa que sabe: atacar o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva para tentar aparecer. Há alguns dias, ao ser entrevistado pelo jornalista e também “presidenciável” José Luiz Datena, Ciro acusou Lula de corrupção, citando processos movidos contra ele, adelação de Palocci e a crise econômica do país. Já está manjada essa estratégia da mídia antipetista de agredir Lula por meio de Ciro, que, desesperado para aparecer e sonhando se viabilizar a qualquer custo, aceita fazer o papel de boca de aluguel do fascismo, comportando-se, como bem definiu a presidente do PT, Gelisi Hoffmann, como “jagunço da direita”.
Mas quando é acometido de sua verborreia, Ciro esquece de algumas questões relevantes. Quanto aos processos de que foi alvo, Lula obteve, na última quarta-feira (29), sua vigésima vitória na Justiça. O Brasil e o mundo sabem que Lula foi vítima de uma brutal perseguição judicial (lawfare), que o tirou da disputa eleitoral em 2018 e entregou o país ao obscurantismo em que se encontra. As duas condenações de Lula, já anuladas, foram obra do ex-juiz Sérgio Moro, hoje condenado como parcial e incompetente, após servir ao bolsonarismo como cabo eleitoral e ministro-capacho.
Ciro, que gosta de posar de valentão e fugiu da luta contra o fascismo para ir passear em Paris, também não é tão bem informado quanto alega, pois deveria saber que a delação de Palocci foi rejeitada duas vezes pelo MPF por ser fantasiosa. Posteriormente, foi aceita pela PF, que meses depois concluiu, por meio de inquérito, que nenhuma daquelas acusações se sustentava. Tudo não passou de mais uma armação de Sergio Moro. Falar desse assunto para criticar Lula representa desinformação ou desonestidade.
O ex-ministro parece esquecer que tem seus próprios processos para se preocupar. E não vem colhendo vitórias. Por exemplo, acabou de perder na Justiça em processo que movia contra os jornalistas responsáveis pela reportagem “O esquema cearense”, publicada na revista Veja, em 2018. A reportagem revelou que um ex-tesoureiro do PROS, Niomar Calazans, denunciou que Ciro tinha ciência e participação em um esquema de financiamento de campanhas eleitorais por meio da extorsão de empresários, denunciada pelos donos da JBS, os irmãos Joesley e Wesley Batista. De acordo com a reportagem, investigações apontam que um braço do grupo JBS teria pagado R$ 20 milhões em propina em troca da liberação de créditos fiscais junto ao governo cearense com o objetivo de financiar campanhas eleitorais. Calazans afirmou ainda que Ciro e seu irmão, Cid Gomes, teriam comprado por R$ 2 milhões o controle do PROS no Ceará, em 2014. Diferente da delação mentirosa de Palocci, as delações dos irmãos Batista foram homologadas e as investigações seguem.
Ciro também foi alvo de ação civil pública por improbidade administrativa, proposta pelo Ministério Público Federal (MPF), por irregularidades na implantação do Samu no interior do Ceará, em sua breve passagem como secretário da Saúde. A ação foi extinta sem resolução do mérito, ou seja, sem reconhecer culpa ou inocência de Ciro. A ausência de respeito que marca a descompostura de Ciro se revela em números. Segundo levantamento publicado em O Povo, Ciro responde a 74 processos por danos morais, somente no Ceará, com 244 acusações ou xingamentos. Ciro não governa nem a própria boca; e se acha capaz de governar o Brasil.
Mas enquanto os cães ladram, a caravana passa. O fato é que Lula segue dialogando com as diversas forças políticas, movimentos sociais, lideranças regionais e, sobretudo, com o povo brasileiro, trabalhando para resgatar o Brasil e devolvê-lo aos brasileiros, na forma de um país que cresce de forma robusta e traduz esse crescimento na forma de oportunidades, de emprego e renda, educação e saúde para todos.
*José Airton
Deputado Federal do PT*
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