Médico que denunciou Prevent Senior pede ao MPF proteção como testemunha

 
O médico Walter Correa de Souza Neto, autor do dossiê que deu origem às investigações sobre a Prevent Senior, recorreu ao Ministério Público Federal para ser incluído no programa de proteção à testemunha. Ele relata ameaças e solicitou o ingresso na semana passada. O pedido também foi feito ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que encaminhou a demanda ao Instituto Provita, que atua na proteção de testemunhas no âmbito estadual.

O pedido foi revelado inicialmente por Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid no Senado, durante visita da cúpula da comissão ao Ministério Público de São Paulo nesta quarta-feira, 10. "Isso demonstra a obscuridade do momento em que vivemos", disse o senador.

Segundo a advogada de Walter Correa, Bruna Morato, o médico ainda não recebeu resposta sobre a solicitação. De acordo com Morato, o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), já havia autorizado o ingresso do médico no programa de proteção por precaução. Porém, o pedido para inclusão ocorreu de fato apenas neste mês devido a "uma sensação de ameaça constante".

Randolfe, junto ao senadores Omar Aziz (PSD-AM), que presidiu a CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), o relator, e Simone Tebet (MDB-MS) integram a chamada Frente Parlamentar Observatório da Pandemia. A frente foi criada para acompanhar os desdobramentos da CPI e esteve em São Paulo para entregar documentos ao Ministério Público, à Câmara Municipal e ao Ministério Público do Trabalho, que investigam a operadora .

A Prevent Senior é acusada de ter administrado o chamado kit Covid, formado por medicamentos sem comprovação científica para tratar a doença, além de ter conduzido um estudo ilegal com cerca de 600 pacientes com Covid que tomaram os medicamentos.
Outras testemunhas da CPI buscaram proteção

Assim como o médico Walter Correa, o ex-chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Miranda, teve que recorrer ao programa de proteção após sofrer ameaças de morte. Ele depôs à CPI em junho, onde relatou supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin. A informação foi anunciada pelo irmão dele, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que também compareceu à CPI. O parlamentar contou ainda que Luís Ricardo e a família saíram do país.

"O Brasil não é como nos quadrinhos, onde o bem sempre vence! Meu irmão continuou sendo atacado pelo governo, foi exonerado, por conta das ameaças teve que entrar para o programa de proteção à testemunha e sair do país! @jairbolsonaro cria vergonha na cara, você sabe a verdade!", escreveu no Twitter no dia 28 de outubro.

Fonte: O Povo





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