José Airton defende protagonismo do PT na aliança estadual com o PDT


O deputado federal José Airton Cirilo (PT) falou sobre a aliança PT-PDT no Ceará e a disputa pelo nome que deve encabeçar a chapa ao Governo do Estado em 2022. Durante participação no programa Jogo Político, do O POVO, nessa terça-feira, 1°, o parlamentar até defendeu a manutenção da aliança, desde que o PDT se mantenha na vice.

O parlamentar afirma que é necessário manter o protagonismo do PT de modo a conciliar o projeto nacional e local. "A centralidade das eleições é a campanha nacional do presidente Lula. Então, se é a centralidade das eleições, como é que o PT vai abrir mão do protagonismo aqui do Ceará para um adversário?", questionou.

O deputado argumenta que, se o foco de todos os setores do PT é a eleição de Lula, não faz sentido entregar a chapa do Ceará para um partido que já tem um candidato à Presidência, ainda mais sendo ele Ciro Gomes (PDT), adversário do petista e que tem feito críticas duras a Lula.

"Eu acho que é uma situação no mínimo constrangedora. É algo que evidentemente vai exigir muito da capacidade de convivência diversificada. Ao meu ver, gera um palanque duplo e leva a muitas dúvidas na nossa construção política, na nossa militância", disse.

Para José Airton, o antipetismo de Ciro é um problema uma vez que o ex-governador "age pior que Bolsonaro". "Como o PT vai conviver com isso aqui?", questionou.

O parlamentar não esconde seu incômodo com os ataques de Ciro a Lula. A rixa entre os adversários na disputa pelo Palácio do Planalto tensiona as relações a nível estadual e movimenta petistas contrários até mesmo à conformação PT-PDT no Ceará.

José Airton, ao lado da ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT), já foi um deles. Apesar de hoje afirmar que não é contra a aliança, o deputado até pouco tempo advogou por uma candidatura própria do partido ao Palácio da Abolição.

Em contrapartida, nomes do partido como o deputado federal José Guimarães e o próprio governador Camilo Santana não compraram a ideia.

No último sábado, o Diretório do Estadual do PT confirmou a indicação de Camilo como candidato do partido ao Senado e a continuidade da aliança com o PDT. Isso, praticamente elimina as chances de o PT lançar candidatura própria ao Governo do Estado.

Recentemente, o governador inclusive respondeu a pressões de correligionários e disse que não governa para atender desejos pessoais. Instado a reavaliar a aliança estadual, Camilo afirmou que essa parcela de partidários precisa “sair da bolha”.

José Airton, por sua vez, afirma que o PT é um partido muito plural e com vozes dissonantes. Segundo ele, só no Ceará atuam mais de dez agrupamentos políticos da legenda, e alguns deles não estão sendo representados na gestão Camilo, dentre os quais se inclui o seu grupo.

O deputado, que reclama da falta de espaço para os petistas na gestão de Camilo, teme pelo futuro dos seus correligionários com o PDT à frente do governo.

“Eu penso que do ponto de vista da correlação de força, da representatividade do que nós somos, é uma balança meio desequilibrada, porque de fato o PT não está, na minha leitura, como deveria estar, bem representado com outros quadros que contribuíssem de forma mais efetiva com o governo e com a sociedade. E como o PT é um partido plural, alguns agrupamentos políticos não estão representados dentro do governo. Essa é a realidade que nós temos.”





O Povo

 

Postar um comentário

0 Comentários