Quem foi Dragão do Mar, jangadeiro que liderou o movimento abolicionista no Ceará


 Em 25 de março de 1884, há 139 anos, o Ceará se antecipava ao tardio processo de libertação dos escravos no Brasil (que aconteceu 4 anos mais tarde, com a Lei Áurea) e se tornou a primeira província a abolir a escravidão. 

Celebrada neste sábado (25), a Data Magna do Ceará faz referência tanto a este marco histórico como a um dos maiores personagens envolvidos na luta contra a escravatura. O jangadeiro Francisco José do Nascimento, também conhecido como Dragão do Mar, nasceu em Aracati, em 1839. 

À época, a base da economia brasileira estava na exploração da mão de obra escrava. Em sua vida como trabalhador do mar, presenciou as barbaridades que eram praticadas contra os nativos, como o tráfico negreiro. A sua indignação motivou ações heroicas pelo fim da escravidão, lembradas até hoje. Um dos atos de bravura de Dragão do Mar foi a deflagração da Greve dos Jangadeiros, em 27 de janeiro de 1881, quando ele e seus companheiros paralisaram o mercado escravista no porto de Fortaleza por três dias, impedindo o embarque de escravos para outras províncias. O porto, a partir de então, foi considerado fechado para o tráfico.

 “No porto do Ceará não se embarcam mais escravos”, é uma das frases cravadas na história atribuídas ao abolicionista cearense. “Ele fechou o Porto de Fortaleza, impedindo o embarque de escravizados para outras províncias, nascendo um movimento que serviria como um forte incentivo para que no dia 1º de janeiro de 1883, na Vila do Acarape, atual município de Redenção, um ato realizado em frente à igreja Matriz, marcado pela entrega das cartas de alforria para 116 escravizados daquela região”, destaca o historiador Carlos Pontes, do Memorial Deputado Pontes Neto da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).

 Falecido em 5 de março de 1914, Dragão do Mar hoje dá nome a um centro de arte e cultura e a uma escola pública estadual, ambos em Fortaleza. Foi também homenageado com seu nome no navio petroleiro lançado ao mar em 2013, pela subsidiária Transpetro.



Fonte: Miséria

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