Escândalo em Salitre: Operação Aves de Rapina Revela Desvios Milionários de Dinheiro Público

 


Em mais um episódio da saga da Operação Aves de Rapina, conduzida pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) em colaboração com a Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap) e o apoio da Polícia Civil, novos desdobramentos chocantes surgiram na investigação dos desvios de dinheiro público em Salitre. Na semana passada, a Polícia Civil efetuou a apreensão dos celulares do prefeito Dodó de Neoclides, de sua esposa e vereadora Fátima Souza, bem como de sua filha Geórgia Souza, que ocupa o cargo de secretária de saúde no município.

A ação, realizada pela delegacia regional de Polícia Civil de Campos Sales, marcou uma nova etapa da operação, visando desarticular um suposto esquema de desvio de recursos provenientes dos contratos de locação de veículos destinados a diversas secretarias e ao gabinete do prefeito.

Conforme relatos de fontes próximas à administração, a secretária de saúde Geórgia Souza foi convocada a prestar depoimento na delegacia regional de Campos Sales. Ao comparecer, foi surpreendida com um mandado de busca e apreensão de seu aparelho telefônico, enquanto simultaneamente outra equipe da Polícia Civil realizava diligências na sede da prefeitura, onde encontraram o prefeito Dodó em seu gabinete e confiscaram os celulares dele e de sua esposa.

A operação Aves de Rapina, cujo nome evoca a ideia de ganância, tem como objetivo principal desmantelar um esquema milionário de desvio em contratos de locação de veículos, que alcançou a alarmante cifra de quase R$ 4 milhões. As investigações, embasadas em conversas telefônicas entre empresários e agentes públicos de Salitre, expuseram a natureza fraudulenta dessas transações.

O Ministério Público afirma que as evidências das atividades criminosas foram descobertas em uma investigação paralela em Acopiara, onde o prefeito Antônio Almeida já foi afastado quatro vezes sob suspeita de envolvimento em um esquema similar com empresários locais.

Um documento assinado pelo desembargador Francisco Eduardo Torquato, ao qual tivemos acesso, alega que o prefeito Dorgival Pereira Filho tinha pleno conhecimento das fraudes e ordenava depósitos em quantias determinadas por ele mesmo, participando ativamente do esquema criminoso de desvio de dinheiro público.

Na operação realizada em 1º de fevereiro deste ano, a prefeitura precisou ser arrombada pelos agentes da Procap. Embora não tenham sido encontrados celulares na residência do prefeito Dorgival, e a secretária de saúde Geórgia Souza não tenha sido localizada, durante as buscas uma arma sem registro foi apreendida com um dos investigados, além da descoberta de R$ 65 mil em espécie na residência de outro envolvido.



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