"Eu
me concentro naquilo que importa. Os aposentados brasileiros foram roubados.
Não se faltava mais nada nesse país, de um governo organicamente corrupto como
é o governo do PT e do Lula. Roubados em R$ 6,3 bilhões. Isto é que é o foco da
minha indignação. Infelizmente, olha o que eles falam: 'ah, começou com
Bolsonaro'. Verdade, começou no Bolsonaro, começou no Temer, passou por
Bolsonaro, na faixa de R$ 200 a R$ 300 milhões por ano. No governo Lula, passou
para R$ 3 bilhões por ano", destacou.
Para Ciro, a responsabilidade política é dos ex-presidentes e do atual mandatário, no que defendeu o colega de partido.
COMENTÁRIO COM JOCELIO LEITE
É
inacreditável a capacidade de Ciro Gomes em tentar se isentar de
responsabilidades e jogar toda a culpa nos presidentes, enquanto passa pano
para o colega de partido Carlos Lupi, que ocupava justamente o cargo de
ministro da Previdência no momento em que os desvios bilionários do INSS se
agravaram. Como pode alguém que sempre se apresentou como símbolo da
“moralidade” na política agora ignorar o papel central de Lupi na pasta
envolvida no escândalo?
Ciro
demonstra uma incoerência gritante ao acusar Lula, Bolsonaro e Temer — com
razão em diversos pontos — mas fechar os olhos para a responsabilidade direta
de seu aliado dentro do próprio governo. Afinal, se Lupi era ministro, por que
não foi capaz de identificar, combater e impedir os desvios? Ou será que,
convenientemente, a culpa é sempre dos outros?
A
indignação seletiva de Ciro só mostra que o discurso de ética e justiça que ele
tanto prega, na prática, serve apenas quando lhe convém politicamente. O povo
brasileiro, especialmente os aposentados, exige responsabilidade e verdade, não
discursos ensaiados para proteger aliados.
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