STF inicia julgamento histórico de Bolsonaro: conheça os ministros que vão decidir o caso.


Nesta terça-feira (2), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) inicia um julgamento que pode definir o futuro político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele, atualmente em prisão domiciliar, e outros sete réus são acusados de tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A decisão terá peso histórico, e o foco está sobre os cinco ministros que compõem a Primeira Turma. Confira quem são eles e como cada um chegou ao STF:

Alexandre de Moraes

Indicado por Michel Temer em 2017 para a vaga de Teori Zavascki, Alexandre de Moraes se tornou uma das figuras mais midiáticas do Supremo. Ex-promotor e ex-secretário de Segurança de São Paulo, chegou ao tribunal com perfil conservador em costumes, mas consolidou-se como protagonista na defesa da democracia frente ao bolsonarismo.

É relator dos inquéritos das fake news, das milícias digitais e dos atos de 8 de janeiro, concentrando processos contra apoiadores de Bolsonaro. Sua firme atuação ganhou destaque internacional — o jornal The Washington Post o descreveu como “um juiz que nunca recua”.

Flávio Dino

Indicado por Lula em 2024, assumiu a vaga deixada por Rosa Weber. Ex-juiz federal, deputado, governador do Maranhão, senador e ministro da Justiça, Dino chega ao Supremo com uma carreira marcada pelo protagonismo político.

Sua atuação durante os atos de 8 de janeiro o consolidou como figura combativa, crítica ao bolsonarismo e com trânsito pelos Três Poderes. No STF, carrega a imagem de orador firme e popular.

Luiz Fux

Nomeado por Dilma Rousseff em 2011, Fux tem trajetória acadêmica e judicial sólida. Foi promotor, desembargador e ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) antes de chegar ao Supremo.

Reconhecido como um ministro punitivista, ficou conhecido por votos duros no Mensalão e na Lava Jato, além de defender a prisão em segunda instância. Presidiu o STF entre 2020 e 2022, quando reforçou sua marca no combate à corrupção.

Cármen Lúcia

No Supremo desde 2006, indicada por Lula, é atualmente a única mulher no plenário. Procuradora de carreira em Minas Gerais e professora de Direito Constitucional, tem fama de magistrada rigorosa e discreta.

Sua trajetória é marcada pela defesa da lei penal e firmeza em julgamentos. Em 2017, chegou a assumir a presidência interina da República. Analistas avaliam que, mesmo sem protagonismo midiático, deve aplicar a lei de forma contundente no julgamento.

Cristiano Zanin

Nomeado por Lula em 2023, é o atual presidente da Primeira Turma e será o último a votar. Ganhou notoriedade por defender o petista na Lava Jato, mas busca construir imagem de independência no STF.

Especialista em Direito Empresarial e Processual, já se posicionou de forma conservadora em temas de costumes, mas mantém postura garantista em matérias penais. É visto como juiz contido, que evita exposição pública e preserva os ritos formais do tribunal. 







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