A candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) ao Palácio do Planalto
é vista pelo sistema partidário como sendo de "alto risco", segundo
cientistas políticos ouvidos nesta quarta-feira (18/7) pelo jornal O Estado de
S. Paulo.
Para o professor da USP Glauco Peres, o cálculo que os
partidos têm feito é se vale a pena apoiá-lo, já que, por causa da reforma
eleitoral, as candidaturas para o Legislativo passaram a ser prioridade.
"Bolsonaro é um candidato de alto risco. Os partidos agora têm menos
dinheiro e querem sobreviver à cláusula de barreira. Apesar de ele estar bem na
pesquisa, a chance de chegar ao segundo turno e vencer tem muito risco
associado", afirmou Peres.
O professor da UnB David Fleischer avaliou que o problema é
que as siglas não têm um "candidato agregador". Os presidenciáveis
Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB) não cumpririam
esse papel, segundo ele. "Bolsonaro é tóxico e os partidos têm medo de
isso prejudicar suas outras candidaturas", disse Fleischer.
Na avaliação de Carlos Melo, do Insper, Bolsonaro está
"confinado" num campo significativo, mas restrito da sociedade.
Segundo ele, para grande parte dos partidos, pouco interessa apostar num
eventual "campeão" de primeiro turno que fique no meio do caminho, no
segundo turno. "Políticos fazem a conta e são avessos a riscos",
explicou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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