Ceará é homenageado por escolas de samba na Sapucaí

O Estado do Ceará foi uma das principais atrações em três desfiles consecutivos na 1ª noite do Grupo Especial de Escolas de Samba do Rio de Janeiro, na madrugada desta terça-feira (5).
União da Ilha do Governador, Paraíso do Tuiuti e Estação Primeira de Mangueira elegeram personagens e histórias do Ceará para apresentar ao sambódromo carioca. 
Alguns dos principais destaques nos enredos dessas agremiações são os escritores Rachel de Queiroz e José de Alencar, o personagem Bode Ioiô, o líder jangadeiro da abolição Dragão do Mar e os índios Cariri.
União da Ilha do Governador
A primeira escola da noite a homenagear o Ceará foi a Escola de Samba União da Ilha do Governador, quarta a passar pela avenida. O desfile começou por volta de 1h23min desta terça-feira (5).

A Comissão de Frente da Escola homenageou Padre Cícero e foi intitulada de "O Milagre da Fé". A ala contou a história da chegada de Padim Ciço a Marquês de Sapucaí para conceder sua bênção e promover verdadeiros milagres, renovando a fé ao ver a tristeza da gente sofrida e guerreira do Ceará de José de Alencar e Rachel de Queiroz. 

Com o tema “A peleja poética entre Rachel e Alencar no avarandado do céu”, o desfile da União da Ilha contou com 29 alas e 5 alegorias. A decoração de um dos veículos foi feita por 110 produtores da cidade de Jaguaruana, que confeccionaram as redes usadas no carro alegórico. 

O carro Abre-Alas " Dragão de Ipu e o Tesouro Holandês" foi todo forrado com palha de carnaúba cearense e a escultura do guerreiro na frente da alegoria é do artista cearense Assis Filho. As folhas usadas no veículo levaram 5 meses para chegar ao Rio de Janeiro e o carro alegórico levou para avenida um dragão de 12 metros altura. 

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Cearense Leonel Hortêncio, que mora no Rio de Janeiro há 35 anos, desfilou pela primeira vez em uma escola de samba, na companhia do filho.
Foto: Roberta Souza
O cearense Leonel Hortêncio Dias, 52, natural de Crateús, desfilou pela primeira vez em uma escola de samba, momento que foi compartilhado com o filho. Irmão da proprietária de uma rede de restaurante considerado o reduto da culinária cearense no Rio de Janeiro, Leonel levou para a Ala 4 da União da Ilha, intitulada Sabores do Sertão, a experiência do ofício que desenvolve há 35 anos, trazendo a culinária do sertão para o estado carioca. "A gente tem que preservar nossa cultura do Ceará e a União da Ilha está fazendo um belo trabalho, uma homenagem muito bonita a nosso estado", afirma.
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Espedito Seleiro é o homenageado da 24ª Ala da União da Ilha, intitulada “A Moda de Espedito Seleiro”.
Foto: Roberta Souza
O artista e artesão natural do Cariri, Espedito Seleiro, foi o homenageado da 24ª Ala da União da Ilha, intitulada “A Moda de Espedito Celeiro”. A homenagem faz parte do 5º Setor, A Beleza Arrochada no Aprumo, que também homenageia as rendas, o bordado e a moda de Ivanildo Nunes. O mestre Espedito Seleiro, como é conhecido popularmente, desfila no carro “Fios da Vida Tecendo Mundo”. Para participar da festa o artesão confeccionou a própria vestimenta, entre elas uma peça que ele ainda não classificou o que seria. “Nem é gibão, nem é colete, nem é paletó e nem é um blazer. É uma roupa preparada para participar do desfile”, explica. Espedito Seleiro não esconde a emoção ao falar sobre a expectativa de participar de um desfile na Sapucaí. “ Estou satisfeito, porque eu não esperava nunca está aqui participando de uma festa linda desse tamanho. Só tenho que agradecer a Deus”.
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A rainha de bateria Gracyane Barbosa com a fantasia “Anjo Sagrado do Sertão”.
Foto: Reprodução/ Instagram
A rainha de bateria, Gracyane Barbosa, usou a fantasia "Anjo Sagrado do Sertão", assinada pelo estilista Henrique Filho.
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Integrantes da bateria vestidos de Padre Cícero.
Foto: Aldeson Matos
Os componentes da bateria da escola desfilaram vestidos com a batina preta que relebra a roupa usada pelo religioso Padre Cícero. Além dos intrumentos tradicionais usados no samba, a bateria da União da Ilha incorporou a sanfona, instrumento musical tradicional do nordeste.
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Padre Cícero voou na avenida em cima de um drone e animou o público.
Foto: Aldeson Matos
Padre Cícero voou no sambódromo em cima de uma espécie de drone e agitou o público, que vibrava a cada decolagem. 
O desfile da União da Ilha foi encerrado por voltas das 2h45min, com 73 minutos.
Fonte DN

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