Áudios
obtidos através da quebra de sigilo telefônico autorizado pela Justiça,levaram
o Ministério Público Estado (MPE-CE), através do seu Grupo de Atuação Especial
de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), obter provas robustas contra uma
quadrilha formada por traficantes de drogas, assaltantes e policiais militares
corruptos. Vinte e uma pessoas – entre
elas, 10 PMs, estão presas. A investigação foi batizada de“Operação Maçãs
Podres”. O portalCN7.com.br obteve com
exclusividade parte dos áudios interceptados pelo MP.
Os diálogos revelam as tramas montadas
pela quadrilha, cujo líder, segundo os promotores da Gaeco, é um sargento da
PM, identificado como Jeovane Moreira Araújo (já preso). Em desses diálogos interceptados pelo MP, com
a colaboração da Coordenadoria Integrada de Inteligência (Coin), da Secretaria
da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS),o militar combina com um bandido a
prisão de um comerciante dono de uma pizzaria que estaria de posse ilegal de
duas armas de fogo. A interceptação
telefônica foi realizada através do sistema “Guardião”, instalado na SSPDS, que
localiza as linhas e grava as ligações.
No entanto, o objetivo não era a simples
prisão de um infrator da lei. A quadrilha planejava, na verdade, se apossar das
armas e ainda extorquir o comerciante e, após receber a propina, liberá-lo,
evitando, assim, uma prisão em flagrante.
Em outra situação, o militar ebandidos
combinam uma venda de drogas, que eles denominam de “amarela”, isto é, maconha.
O esquema de tráfico também envolveu policiais militares.
Contudo, o início da investigação que
resultou na descoberta da quadrilha foi o roubo de armas de fogo nas
dependências da Base Aérea de Fortaleza, em maio de 2016. Fuzis e pistolas,
além de carregadores e munições, foram desviadas daquela unidade da Força Aérea
Brasileira (FAB),e acabaram indo cair nas mãos de uma facção criminosa.
Militares foram identificados e presos, além de processados e expulsos da
instituição.
Um
dos soldados envolvido com a quadrilha teria recebido em troca das armas, um
apartamento invadido pelos criminosos.
Pedido por um “irmão”
Em um dos diálogos, um dos criminosos que
chefiava o lado dos bandidos na quadrilha pede ao sargento Jeovane que
interceda para que um “irmão” da facção não seja identificado e preso nas
investigações sobre o roubo das armas na Base Aérea. Esse bandido era o
traficante de drogas Leandro de Sena Braga, que, misteriosamente, foi
assassinado no dia 28 de maio de 2017, exatamente um ano depois do roubo do
armamento militar. Para o MP não há
dúvidas de uma “queima de arquivo”.
Na última sexta-feira (30), foi deflagrada
a segunda etapa da “Operação Maçãs Podre” e, pelo menos,mais 10 pessoas foram
presas, além de cumpridos vários mandados de busca e apreensão. Os PMs
envolvidos com a quadrilha estão reclusos no Presídio Militar, na Capital.
Ouça os áudios de diálogos entre os
envolvidos, captados pelo MPE/Gaeco na investigação:
OUÇA
ABAIXO:
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