ARTIGO DE OPINIÃO | Até quando iremos violentar a empatia?

João Pedro Nunes
Estudante Acadêmico
Esse mês de maio nos convida a uma reflexão importante sobre a relação do trabalho dos agentes da saúde em meio a uma crise sanitária grave, tendo em vista que apavora a maioria da população brasileira e desafia nosso sistema de saúde, em que muitos profissionais já perderam a vida na luta contra a Covid-19.
Para vencermos essa guerra, precisamos da união e cooperação de todos, pois é através da ajuda mútua que nos tornamos humanos piedosos e dispostos a ajudar. Afinal, dependemos uns dos outros, somos fragilizados e conscientes de que uma sociedade só pode ser humana se houver solidariedade, não é?
Para muitos, a palavra solidariedade é apenas um mero devaneio louco e, com isso, nos questionamos: Por que não se pode ter mais empatia com o próximo mesmo que ele seja de sua própria casa?
Sabemos que a palavra empatia envolve três componentes os quais são: afetivo, cognitivo e reguladores de emoção. Ser você é ser humano. Então você deve ter empatia por algo ou alguma coisa que acontece ao seu redor. Mas, infelizmente, muitos têm violentado essa palavra, banalizando-a e até mesmo desconhecendo o seu real significado.
Até quando vidas serão ceifadas pela negligência de uns e irresponsabilidade de outros? Sabe-se lá até quando. No mundo já são contabilizados mais de 3 milhões de infectados e cerca de 228 mil mortes. No Brasil há vários estados que estão à beira do colapso em seus sistemas estaduais de saúde, como o Amazonas, Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará.
Diante dessa crise de saúde pública, presenciamos um governo ineficaz e apático frente ao avanço do vírus em território nacional. O presidente da república, Jair Bolsonaro, nos dá um péssimo exemplo da falta de empatia com a população brasileira, principalmente para com os mais vulneráveis, que já são historicamente esquecidos e marginalizados diante de um sistema de segregação existente no núcleo social.
Chefe do executivo, Bolsonaro quando questionado sobre o aumento do número de mortos no país responde debochadamente com um “e daí?”. Com estas palavras ele cospe na cara da empatia e das famílias vítimas do coronavírus. Vale ressaltar que vários parlamentes de sua base tentam, a todo o momento, sucatear o Sistema Único de Saúde (SUS) para implementar suas agendas neoliberais.
Entretanto, temos a esperança de que tudo isso é passageiro. Iremos sair dessa pandemia mais fortes e humanos. Valorizemos os trabalhadores da saúde, nossos heróis que, incansavelmente, mostram sua árdua luta pelas vidas. Então nosso apelo é para que todos fiquem em casa e sigam as recomendações de autoridades sanitárias, acreditem e valorizem a ciência e não sigam o execrável exemplo do Presidente.
“No meio das trevas, sorrio à vida, como se conhecesse a fórmula mágica que transforma o mal e a tristeza em claridade e em felicidade”. É com essas belas palavras de Rosa Luxemburgo, filósofa e economista alemã, que finalizo essa reflexão.
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João Pedro Nunes, acadêmico do 5º período de Jornalismo da Universidade Estadual do Piauí, Campus de Picos

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