Acusados de tortura em Iguatu enfrentam novo capítulo na justiça – O que há de novo?

 


Após treze anos de um gravíssimo crime de tortura em Iguatu, um novo capítulo na busca por justiça se aproxima. No dia 20 de setembro, no Fórum de Iguatu, aconteceu nova audiência de instrução e julgamento envolvendo os sete homens acusados de torturar um jornalista e outros quatro jovens na cidade, a 384 quilômetros de Fortaleza. 

Os eventos que ocorreram na fatídica noite de 11 de fevereiro de 2010 ainda deixam marcas profundas na comunidade local. Segundo nos foi informado, a audiência do último dia 20 é a última antes das considerações finais da defesa e da acusação antes da apresentação da sentença e a conseqüente dosimetria da pena para os supostos condenados. 

Acontece que, por ser um crime de tortura ele não vai a júri popular e é julgado apenas pelo magistrado. Espera-se que em pouco mais de trinta dias esse caso esteja concluído. Os delegados de Iguatu à época, Agenor Freitas de Queiroz e Cláudia Régia Amazonas Hivatashi, indiciaram os acusados nos artigos 129, 148 e 163 do Código Penal Brasileiro, referentes a lesão corporal, sequestro/cárcere privado e dano triplamente qualificado. 

Os réus, indiciados à época foram, o chefe de gabinete do município, Theogenis Martins Teixeira Florentino; Francisco Aldemir Alves Amorim, servidor municipal; Cícero Santiago Alves de Lima, Francisco Itailton Neves (falecido), Juliene Bernado da Silva, Antonio Zilmar da Silva e o sargento Francisco Assis Alves Bandeira(falecido). 

Após uma investigação rigorosa, o delegado Agenor Freitas concluiu que havia materialidade nos crimes. “Os indiciados negam os crimes, assim como terem levado os vitimados aos locais mencionados; mas os indícios trazidos aos autos são consistentes”, revelou o relatório encaminhado à Justiça na época. 

O incidente teve início quando os jovens distribuíram panfletos contendo uma denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o prefeito do município na época, Agenor Neto (PMDB), e o deputado estadual, José Ilo, por supostamente fraudar 700 carteiras no segurodesemprego.


PANFLETOS


A Comissão dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa foi acionada e encaminhou ao Ministério Público Estadual um parecer sobre o fato, mas nessa nova audiência, apesar da tentativa de contato, não se manifestou até a publicação dessa matéria.

Segundo relatos das vítimas, eles foram abordados pelos acusados no Centro da cidade, iniciando uma sessão de espancamento brutal, com o uso de capacetes e cinturões, sem terem como se defender e impedindo-os de distribuir o material. 

FOTOS DAS TORTURAS




Naquela trágica noite, sete homens foram acusados de torturar brutalmente um jornalista e quatro jovens em Iguatu, lançando uma sombra escura sobre a cidade. Em 2018 as vítimas relembraram em vídeo os horrores que enfrentaram e compartilham suas experiências para lançar luz sobre a busca incansável por justiça e um futuro mais pacífico para Iguatu.

Valdemir Fernando Lima, conhecido como Bibi Lima, um dos sobreviventes do incidente, relata: “Eu sou um dos jovens torturados em Iguatu. Após esse sequestro, eu fui muito perseguido, não podia ter um veículo, não podia sair na rua. Foi um período de terror em nossa cidade.”



O que sabemos até o fechamento dessa matéria é que as vítimas não desejam falar e nem dar entrevistas e parecem ter desistido de querer que a justiça seja feita. Acontece que tivemos acesso a áudios, que circularam pelo aplicativo de mensagens do WhatsApp, que mostram estarem ocorrendo negociações para o pagamento de valores entre 40 mil reais e 80 mil reais pelo silêncio das vítimas ou pela mudança no teor do depoimento. 

Nada foi confirmado, apesar de fortes rumores e conversas nesse sentido. Porém, as provas são muito robustas e a alteração dos depoimentos não muda o fato em si fartamente documentado. A última vez que gravaram oficialmente sobre o assunto foi em 2018. O vídeo foi publicado nas redes sociais e circulou no aplicativo de mensagens WhatsApp .


FONTE: MAISFM.COM




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