Um total de 18 municípios da região do Cariri não conseguem arrecadar recursos suficientes para custear sequer as despesas mínimas da administração pública, como o pagamento de salários de prefeitos e vereadores. A informação consta no Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) 2024, divulgado na última quinta-feira (18) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Estudo aponta cenário crítico
A pesquisa avaliou as contas de 181 municípios cearenses, incluindo os 29 do Cariri, em quatro indicadores: gastos com pessoal, investimentos, liquidez e autonomia. O último mede a arrecadação local em relação às despesas essenciais da máquina pública. A escala varia de zero a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, melhor a situação fiscal.
Em 2024, todos os municípios do Cariri, com exceção de Juazeiro do Norte, receberam conceitos C (gestão em dificuldade, entre 0,4 e 0,6 ponto) ou D (gestão crítica, abaixo de 0,4 ponto) no critério de autonomia. Entre eles, 18 prefeituras não conseguiram suprir nem mesmo suas despesas básicas e ficaram com nota zero.
Municípios em situação mais grave; As cidades caririenses que obtiveram resultado zero foram:
Abaiara, Altaneira, Antonina do Norte, Araripe, Aurora, Barro, Campos Sales, Caririaçu, Farias Brito, Granjeiro, Jardim, Lavras da Mangabeira, Milagres, Porteiras, Potengi, Salitre, Santana do Cariri e Tarrafas.
Segundo o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart, o levantamento evidencia um problema estrutural: a dependência excessiva das prefeituras em relação a repasses da União para garantir serviços básicos. “Reformas são essenciais para tornar a gestão municipal mais eficiente para o desenvolvimento do país”, ressaltou.
Única exceção regional
O único município do Cariri que apresentou bom desempenho foi Juazeiro do Norte, que alcançou conceito B (entre 0,6 e 0,8 ponto), sendo considerado em boa gestão. A cidade ficou em 9º lugar no Ceará e ocupou a 1.961ª posição no ranking nacional.
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