UFRJ desenvolve polilaminina, prometedora terapia regenerativa para lesões na medula espinhal.


Um avanço científico brasileiro com forte impacto social. Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolveram uma proteína inovadora, chamada polilaminina, criada a partir de laminina extraída da placenta, com potencial para regenerar conexões nervosas após lesões na medula espinhal.

O que é a polilaminina e como ela age:

A polilaminina se baseia em uma proteína natural — a laminina — responsável pela formação e regeneração do sistema nervoso. No laboratório da UFRJ, a equipe coordenada pela professora Tatiana Sampaio criou uma técnica acessível e de baixo custo para transformar a laminina em uma estrutura polimérica que imita a matriz extracelular — uma malha que serve como “mapa” para orientar o crescimento de axônios lesionados. Assim, essa estrutura sinaliza às células o caminho correto para reconstrução neural.

Resultados nos testes com animais:

Um marco da pesquisa ocorreu com Teodoro, um cão que perdeu os movimentos das patas traseiras devido a uma lesão na medula. Ele foi um dos seis cães que receberam polilaminina por injeção na coluna. Ao final dos seis meses de acompanhamento, quatro deles, incluindo Teodoro, mostraram melhora motora significativa.

Os especialistas destacaram que a polilaminina funciona como um guia externo às células, instruindo-as sobre o que fazer — estimulando a regeneração nervosa.

Perspectivas para uso em humanos:

A pesquisa, que tem início no começo dos anos 2000, agora busca avançar para testes clínicos em humanos. Já existe um pedido em análise junto à Anvisa, e espera-se que a técnica esteja disponível para a população em cerca de dois anos. 

Há, no entanto, desafios adicionais: em lesões crônicas, a formação de cicatrizes pode dificultar a ação da polilaminina. A equipe futuramente planeja combinar a proteína com outras drogas capazes de superar essa barreira.

Um salto na medicina regenerativa:

Essa tecnologia representa um marco para a medicina regenerativa no Brasil. Criada com recursos locais e com promessa de ser acessível, a polilaminina pode significar um avanço real para quem sofre com paralisias decorrentes de traumas na medula. Se validada em testes humanos, poderá oferecer esperança e mobilidade a muitos pacientes no futuro. 

Veja o video: 










Postar um comentário

0 Comentários