Mais da metade dos 121 mortos durante a operação das Polícias Civil e Militar nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, já foram identificados até o início da tarde desta quinta-feira (30), segundo o jornal Estadão.
Os corpos estão sendo necropsiados no Instituto Médico-Legal (IML) Afrânio Peixoto, em uma força-tarefa montada pelo governo do estado. De acordo com informações apuradas, o instituto foi destinado exclusivamente ao atendimento das vítimas da chamada “Operação Contenção”.
O acesso ao IML foi restringido — apenas a Polícia Civil e o Ministério Público podem entrar no local, conforme comunicado oficial da corporação à imprensa.
Defensoria é barrada e denuncia falta de transparência
A situação ganhou contornos ainda mais tensos nesta quinta-feira, quando a Defensoria Pública do Estado do Rio foi impedida de acompanhar os exames nos corpos. A instituição informou que seus representantes e os familiares das vítimas não tiveram acesso às salas de necropsia e perícia, o que gera temor de falta de transparência nos procedimentos.
A Defensoria teve permissão apenas para circular pelo pátio e áreas externas do prédio. Diante disso, instalou uma van de atendimento no local, oferecendo apoio jurídico e psicológico às famílias que aguardam, sob forte comoção, a liberação dos corpos de seus entes queridos.
A megaoperação, que terminou com um dos maiores números de mortos em ações policiais da história do Rio, tem provocado uma onda de críticas de organizações de direitos humanos, juristas e movimentos sociais, que cobram investigação independente e respeito às garantias legais das vítimas.


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