Uma escultura invisível do artista italiano Salvatore Garau voltou a ganhar destaque nas redes sociais após uma página britânica com mais de 40 milhões de seguidores relembrar o caso curioso. A obra, intitulada “Io Sono” (“Eu Sou”, em tradução livre), foi leiloada em 2021 por cerca de R$ 87 mil, mesmo sendo invisível — feita, segundo o próprio artista, de “ar e espírito”.
Apesar de não existir fisicamente, a escultura foi “exposta” em um espaço vazio, e o comprador recebeu apenas um certificado de autenticidade como prova da aquisição.
“A arte é feita de espírito”, diz o artista
Salvatore Garau, conhecido por explorar conceitos filosóficos e espirituais em suas obras, defende que o valor da arte não está necessariamente no que se vê, mas no significado e na percepção.
“A escultura existe como um espaço vazio. É feita de ar e espírito. O que se vê é apenas a ideia”, declarou o artista em entrevista à imprensa italiana.
No certificado de autenticidade, a obra é descrita como “imaterial, para ser colocada em um espaço livre de qualquer obstáculo”, com dimensões variáveis de aproximadamente 200cm x 200cm. O documento também especifica que se trata de uma obra registrada sob o número IM5, pertencente a uma coleção particular em Milão, e com estimativa de valor entre 12 mil e 16 mil euros.
Polêmica e reflexão
Desde sua venda, a “escultura invisível” tem dividido opiniões entre críticos e admiradores da arte contemporânea. Enquanto alguns a veem como uma provocação inteligente sobre os limites da arte e da imaginação, outros consideram o trabalho uma crítica ao mercado artístico e seus excessos.
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