Opinião: O Futuro Político do Ceará Sob o Comando de Cid e Camilo

Por Jocélio Leite
A política no Ceará, após as recentes eleições municipais, mostra uma clara consolidação do poder entre PT e PSB, impulsionados pelas lideranças influentes de Camilo Santana e Cid Gomes. Com um domínio impressionante de 112 prefeituras das 185 do estado, esses partidos reforçaram sua hegemonia e deram mais um passo para se consolidar nas esferas estadual e nacional. A parceria entre PT e PSB deverá, de fato, manter uma influência robusta, especialmente com o respaldo das figuras fortes como Camilo e Cid, que têm histórico de articulação e alinhamento estratégico.

No campo da oposição, o desempenho de André Fernandes nas eleições de Fortaleza sugere que ele construiu um capital político relevante, mesmo sem sair vitorioso. Sua trajetória demonstra o surgimento de uma nova liderança opositora que, embora jovem, foi capaz de mobilizar o eleitorado da capital, mantendo viva a perspectiva de uma oposição renovada e enérgica. Entretanto, como Fernandes não poderá disputar as eleições para governador ou para o Senado em 2026 devido à idade, sua atuação deve se manter restrita ao cenário federal, possivelmente com uma reeleição como deputado federal.

Esse cenário sugere uma oposição que, por ora, enfrenta uma ausência de liderança consolidada e com dificuldades para rivalizar com o peso do PSB e do PT. Outras lideranças que poderiam representar uma força opositora, como Ciro Gomes, Roberto Cláudio, Sarto, e Capitão Wagner, encontram-se atualmente em posições desfavoráveis, com poucos avanços recentes, o que complica a criação de uma base sólida para 2026.

Dada essa dinâmica, é plausível projetar que o PT e o PSB continuarão a governar o Ceará em uma parceria longa, possivelmente ampliando sua base de influência e avançando em novas pautas de cooperação entre os níveis estadual e federal. Para o Senado, as duas vagas de 2026 também são alvo dessas lideranças, com a reeleição de Cid Gomes (PSB) sendo uma aposta segura, e a candidatura de José Guimarães (PT) como uma opção viável para fortalecer a base aliada.

Eunício Oliveira, do MDB, figura tradicional do cenário cearense, parece, por ora, destinado a concentrar-se na reeleição como deputado federal. A ausência de um apoio político robusto e os resultados pouco expressivos nas recentes eleições colocam-no em uma posição secundária na disputa pelos cargos de maior relevância no estado.

Assim, o Ceará, sob a liderança de Camilo e Cid, deve manter sua aliança com o PT e o PSB firmemente no comando, provavelmente por muitos anos, consolidando uma política de continuidade e estabilidade, em uma região onde a oposição ainda precisa se rearticular e encontrar uma voz unificada.




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